Opinião

Autora de Dona de Mim descobre o segredo para salvar novelas e precisa ser copiada

Rosane Svartman é a autora de Dona de Mim e enxergou um caminho para as novelas


Rosane Svartman, autora de Dona de Mim, em foto
Autora de Dona de Mim precisa mostrar os rumos da novela brasileira - Foto: Reprodução/Internet
Por Daniel César

Publicado em 30/04/2025 às 20:50,
atualizado em 30/04/2025 às 20:56

É muito difícil e complexo escrever uma novela. Mais complicado ainda em pleno 2025, momento em que as atenções do planeta se dividem em inúmeros temas, como streaming, redes sociais e o poder de compra aumentou muito em comparação com os anos 90, permitindo novas formas de lazer. A crise da telenovela brasileira, no entanto, tem cura e a única que parece ter entendido a solução é Rosane Svartman, autora de Dona de Mim.

A mente por trás da nova novela das sete está na Globo há mais de uma década e vem amadurecendo a cada novo trabalho, o que é comum. Embora Dona de Mim ainda esteja no início e seja impossível dizer se a produção será recheada de qualidades ou se terá grande audiência, a forma da produção aponta que Svartman entendeu qual a função social de uma novela, o que parece ter sido esquecido em outras tramas da emissora.

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Vale Tudo (1988) é um sucesso atemporal porque faz uma perfeita leitura da sociedade brasileira. Cheias de Charme (2012) e Avenida Brasil (2012) são dois exemplos fotográficos do país. Quem quiser saber um pouco mais sobre a ascensão da Classe C, basta assistir essas duas novelas e estará lá o que era ser brasileiro no início da década passada.

Novela não é apenas para fazer crítica social ou ensinar algo. Sua função mais básica sempre foi, ou deveria ser, fotografar o Brasil de uma época. Janete Clair (11925-1983) criou um mecanismo que transformou o formato brasileiro num formato mundial. Não é necessário ler livros antropológicos para entender o brasileiro de qualquer época, basta acompanhar uma telenovela daquele recorte específico de tempo.

Svartman vem tentando recuperar este molde desde que virou autora titular. Errou a mão em Totalmente Demais (2015), tentou melhorar em Bom Sucesso (2019), mas conseguiu acertar em cheio com Vai na Fé (2023) citada fotografou o Brasil do início da era pós-pandemia. O brasileiro buscando salvar a própria vida através da crença religiosa e das próprias convicções. 

Agora, com Dona de Mim, novamente ela acerta ao mostrar o brasileiro se recuperando de uma crise de identidade que a polarização criou. Neste momento, o cidadão precisa sobreviver com a própria sorte, buscando salvar a vida se virando do jeito que dá para criar renda ou atenção. A nova novela das sete é um retrato fiel do brasileiro em 2025.

A Globo deveria utilizar as duas últimas novelas de Rosane Svartman e levar para todos os seus autores, ao mostrar que é exatamente isso que falta para o formato brasileiro. Retratar o brasileiro. Quem assistiu Vai na Fé e quem acompanha Dona de Mim enxerga personagens que poderiam ser seus vizinhos de tão reais que são. Falta isso para nossas novelas e a salvação está aí, é só usar.

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